Velórios e enterros são tema do último Roda de Memória de 2017

         Luiz Werle, Terezinha Schmitt, Roque Knorst, José Leão Stoffel e Rosa Mombach foram os convidados do terceiro Roda de Memória desse ano. O tema pode parecer um pouco sinistro à primeira impressão, mas ele tem vários detalhes que são interessantes. Os velórios atuais em nada se parecem os velórios de 40, 50 anos atrás. O tema foi tratado em uma hora de conversa na quarta-feira, 22, na Casa de Cultura Joaneta.

         Terezinha, Roque e Luiz tinham participação direta nos velórios. Os pais de Terezinha eram proprietários de uma casa comercial que vendiam artigos para confeccionar caixões. Ela trouxe a roda de conversa alguns desses objetos. A própria Terezinha ajudava a preparar os velórios como também fazia enterros. Luiz contou de todo cerimonial religioso que se fazia, inclusive com parte da missa em latim. Roque é marceneiro. Por muitos anos ele produziu caixões e também participava dos velórios como cantor de coral. Rosa e José lembraram de como era difícil a logística. Os caixões eram levados aos cemitérios em carroças puxadas por bois. Se nos tempos atuais há funerárias que se responsabilizam toda estrutura e assessoramento para o velório, nos tempos idos eram as pessoas próximas que organizavam o aparato. As mulheres encarregavam-se de ornamentar e preparar a casa da pessoa enquanto que os homens abriam os túmulos. “Era algo que mobiliza muitas pessoas. Até vizinhos que estavam brigados uniam-se ao mutirão para dar um enterro digno ao falecido”, contou Werle. O Roda de Memória contou com a participação de alunos do nono ano da Escola Santa Joana Francisca. Os depoimentos dos convidados foram captados em vídeo pela Assessoria de Imprensa da Prefeitura e ficarão disponíveis como documento de pesquisa. O Roda de Memória é uma atividade coordenada pela professora Patrícia Rosina Stoffel Hansen.